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Ainda sou uma lagarta Convidada: Maria Eduarda

Quem é você? Nesse momento você é uma lagarta, você vive do jeito que dá, come suas folhas, faz suas coisas e nada muda.

E pelo visto você começou a perceber isso agora. Você viu que dia e noite a sua rotina é a mesma; você se arrasta atrás de folhas, come-as e deixa sua gosma asquerosa pra trás. Por quanto tempo esteve assim? Por quantos dias, semanas, meses ou até anos esteve assim? Você deixou o tempo passar por você e você continua se arrastando tentando ter força pra ir pra frente e quando percebe, você nem se movimentou...

Naquele momento você percebeu. O que é você? Uma lagarta se arrastando pelas folhas de um ipê. Continua sendo apenas uma lagarta faminta, aliás, você apelidou de vocação o que era apenas para alimentar a sua própria insatisfação. Bom, mas pelo menos não está sozinha né? Não é bem assim... Parece que as tais outras lagartas foram embora e você está sozinha, confusa, cansada... Talvez pensando em desistir. Mas por favor, “pequena lagarta”, não fique assim! Talvez exista algo além disso!

Mas o que existe? Sua vida tem sido a mesma coisa todos os dias, sem propósito, sem respostas, assim você cresceu. Como tudo mudaria? Como você mudaria? Tantas perguntas e nenhuma resposta. Frustração era a palavra que mais te definia no momento.

Quando a Karina pediu para eu fazer um texto, eu não tinha ideia do que fazer; na verdade até tinha um tema, mas o Espírito Santo acabou tocando no meu coração para fazer outra coisa. E bom, a gente não pode negar, né? E esse texto já estava na minha pasta há muito tempo e eu não colocava para fora. Mas então eu ouvi Ele e pedi para o Espírito Santo me mandar uma direção - algum versículo - algo que Ele me desse compreensão do que era isso, e logo me veio (por incrível que pareça) Mateus 13.11. Nessa passagem, Jesus fala em parábolas - o que eu achei muito interessante que nunca tinha prestado atenção antes -, neste capítulo para mim Ele sempre falava só da parábola do semeador.

Meus textos nunca foram palavras de sermão ou palavras de correção, porque meu coração sempre esteve voltado ao conforto que as pessoas poderiam encontrar na palavra, tanto as pessoas de fora quanto de dentro - não para ter o conforto no problema delas ou para elas serem coniventes com o erro - mas estarem confortáveis a tentar de novo e encontrar um propósito assim como todo cristão precisa ter: uma motivação e vocação para continuar a missão é muito importante.

Jesus sempre vem me falando sobre isso e eu nunca prestei atenção e acabou que esse texto fez muito sentido porque a pequena lagartinha era eu! O dia que eu estava fazendo esse texto eu estava muito sensível e foi um dia muito chato para mim. Foi um dia de uma decisão que eu não queria tomar, mas eu precisei, porque eu precisava de uma mudança.

Não posso negar: tem dias que eu sou a lagartinha. Às vezes, estamos tão ligados na carne que nós não percebemos que estamos só vivendo e correndo atrás do nosso próprio ventre, nos arrastando pelas nossas vontades. E não da forma que nós deveríamos viver. Nós vivemos em prol da nossa própria carne mesmo que seja apenas um dia, ou uma semana, um mês de pirraça, quando nos arrastamos e vivemos repetindo o ciclo, repetindo a estação e nunca prestamos atenção nisso. Quando a gente percebe, já é tarde demais: todas as pessoas que tentaram nos avisar já passaram por aquilo, já foram embora daquela estação, e a gente continua no mesmo lugar, querendo se movimentar mas não consegue, porque não conseguimos romper com nossa face egocêntrica que a gente nos coloca na frente de tudo e todos.

Quando nos arrependemos, nosso coração se enche de questões, por exemplo: Será que Jesus vai me aceitar de novo? Será que fomos perdoados? Como eu posso mudar? Será que eu posso mudar alguma coisa em mim? São perguntas que nos fazemos assim como a lagartinha e quando não obtemos resposta então nos encontramos em frustração.

Parece que algo começou a mudar, pequena lagarta, mas não por fora, e sim por dentro. Algo em você te fez ficar insatisfeita com tudo: as folhas não estão gostosas; não tem sentido fome? Porquê?

Lagartinha, algo parece diferente em você! Agora você parece que está se preparando para alguma coisa… você tem amontoado folhas como se esperasse essa mudança há tanto tempo mas não tinha percebido. Porém agora que você tem se sentido muito mais confiante, tem pensado sobre ser apenas uma lagartinha, o tempo está mudando. O frio está chegando e parece ser tão solitário aqui fora... Lagartinha, mas e essa ideia de mudança? De onde que veio? Isso que você nunca quis mudar, porque está diferente?

Não fica assim lagartinha, talvez seja melhor você continuar da forma que está e nada mudar, o tempo vai passar você vai perceber que as coisas vão ser a mesma coisa, mas é... REALMENTE ALGO MUDOU!

Na verdade, você nunca foi igual às outras. Você sempre quis ser diferente mas agora você se viu igual a todos àqueles que desprezava e o desejo que antes tinha se apagado em você parece ter voltado. Contudo, eu não entendo como você se tornou tão monótona? Quando você era uma pequena larva você queria ser diferente mas agora parece que você apagou completamente seu desejo. Viver de uma forma tão repetitiva se tornou seu fardo. Ninguém conseguia ver quem você era. É, lagartinha se prenda em algum lugar pois uma mudança está prestes a acontecer! Algo de dentro de você para fora, começa a ser tecido em volta de si mesmo

Talvez uma expectativa, talvez uma certeza que você mesmo precisa ter.

Então a lagartinha é transformada num casulo. Num primeiro momento parece confortável, e é assim que a nossa pequena lagartinha se sente. A quietude do lugar e o calor a envolvem de tal forma que ela pensa em não sair mais dali. Talvez seja um lugar quieto demais, talvez seja um lugar pequeno, mas ela achava perfeito.

A lagartinha precisava estar em silêncio com seus próprios pensamentos e um pequeno lugar para encontrar o que ela chamaria de sua verdade. E agora lagartinha? Nessa nova fase você não sabe o que vai acontecer, mas daqui pra frente essa será a sua casa.

Se deixe ser mudado…

Aliás, lagartinha... O que é você agora?

O casulo...

Bom, essa segunda parte do texto fala sobre a decisão da lagartinha em bandonar, Sair da normalidade e ir para outro lugar e mudar completamente o jeito que ela vive. Com a mudança do pensamento da lagartinha, nós somos apresentados ao casulo. O casulo é um paralelo ao momento devocional e referente a isso - Mateus 6:6 que diz sobre entrar dentro do seu quarto, fechar a porta e falar com o seu Pai que está em secreto. Ali no caso, a lagartinha vai se sentir abraçada, já que o colo do Pai é o melhor lugar que nós podemos estar.

Mas... Sabe, talvez vale se perguntar: Será que eu estou no lugar secreto, ou estou me escondendo? Vai por mim essa pergunta parece boba, mas não é.

Em um Reis 19:3, fala sobre Elias, que fugiu para salvar sua vida, quando Jezabel ameaçava de morte, por muitas vezes, acabei me perguntando sobre o que um homem que matou 800 profetas Sangue Frio por amor a Deus estava fazendo fugindo de uma única mulher que o ameaçou?

Logo, em seguida no capítulo 9 Elias, fala sobre o zelo que ele tem da casa do Senhor e que não resta mais nada para ele, então ele não tem motivo mais para continuar, mesmo O próprio Deus dizendo para ele que continuaria enviando previsão e mesmo assim Elias se esconde.

Estar no lugar da lagartinha ou até mesmo de Elias não é tão difícil, a lagartinha tem suas dificuldades como qualquer outra pessoa mas mesmo assim o desejo que ela tinha de mudar era muito maior do que o desejo de continuar do mesmo jeito, quando a lagartinha se encontra dentro do casulo ela realmente vê que é um lugar muito confortável, mas quantas vezes nos encontramos no silêncio até mesmo no devocional?

Onde não sabemos o que orar e nem Deus nos responde bem isso pode ser conflitante, mas são muito necessárias as vezes o silêncio de Deus é o barulho mais perturbador que você pode ouvir confia em mim já tive algumas experiências assim.

Bom, a lagartinha não sabe o que vai enfrentar pela frente, mas mesmo assim ela escolheu mudar escolheu permanecer nesse lugar.

A mudança já está em nos, só precisamos acessar e nos aprofundar na presença disponível a nós a qualquer momento, somos chamados estarmos conectados com o Pai independente da nossa condição. O nosso Deus é um Deus perdoador e misericordioso, e disposto a abraçar e amar seus filhos.

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