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A incredulidade que havia em mim

Sempre ouvi pregações que ressaltam demais o quanto Tomé era incrédulo e eu achava um absurdo o fato dessas pessoas ignorarem o pedido de socorro de um homem que talvez, no histórico de vida dele, sofreu muito em confiar em pessoas; ou o fato dele estar sofrendo por seu mestre ter morrido e não queria acreditar. Aliás, nunca teria acontecido isso antes, de alguém ter ressuscitado, com todas as fraturas que Jesus sofreu na cruz. E é por isso que quando Jesus apareceu para os discípulos, Ele foi direto em Tomé para mostrar as cicatrizes, não pra esfregar na cara dele, mas para que todas as feridas do homem interior de Tomé fossem curadas.

24 Acontece que Tomé, um dos discípulos, que era chamado de “o Gêmeo”, não estava com eles quando Jesus chegou. 25 Então os outros discípulos disseram a Tomé: — Nós vimos o Senhor! Ele respondeu: — Se eu não vir o sinal dos pregos nas mãos dele, e não tocar ali com o meu dedo, e também se não puser a minha mão no lado dele, não vou crer! 26 Uma semana depois, os discípulos de Jesus estavam outra vez reunidos ali com as portas trancadas, e Tomé estava com eles. Jesus chegou, ficou no meio deles e disse: — Que a paz esteja com vocês 27 Em seguida disse a Tomé: — Veja as minhas mãos e ponha o seu dedo nelas. Estenda a mão e ponha ao meu lado. Pare de duvidar e creia! 28 Então Tomé exclamou: — Meu Senhor e meu Deus! 29 Você creu porque me viu? — disse Jesus. — Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram! [João 20:24-29]

E eu fui a defensora de Tomé, só não sabia que as mesmas raízes de incredulidade que existiam em Tomé também estavam em mim... E essa é a saga mais difícil de todas que vivenciei, que escrevi e se eu postei, saiba que eu venci a luta interna de não postar.

Meu Senhor e meu Deus!


Sabe, muitas vezes por causa do histórico de vida que nossa mente guarda, como por exemplo atitudes que pessoas fizeram ou até falaram [mesmo que inconscientemente], que nos fizeram bloquear para as coisas que o Senhor preparou para que vivêssemos. Ora, não estou dizendo que as pessoas que tiveram atitudes ou falaram coisas que ‘plantaram’ a desconfiança no solo do seu coração são culpadas, porque somos responsáveis por cuidar e guardar o nosso coração e precisamos entender que somos culpados por isso, por simplesmente não guardamos o nosso coração da forma que deveria ser guardado.

Pior do que desconfiar e culpar as outras pessoas por uma responsabilidade que é somente nossa, é querer trazer isso para o nosso relacionamento com o Senhor e junto trazer a desconfiança. É dizer, mesmo que sem palavras, que Ele não irá fazer o que falou, porque todas as pessoas com as quais nos relacionamos não cumpriram com que falaram. E eu fiz isso...

Eu estava no meu quarto, tinha acabado de acordar. Foi quando o Senhor começou a falar de uma promessa específica naquele dia, era uma promessa que é muito boa, para que eu chegasse a minha cura completa [que eu fui entender só depois], mas que não queria que Ele falasse, eu sempre fugia daquela tal conversa e só depois que eu percebi que eu era uma fugitiva, pois havia uma raiz de incredulidade em mim.

Naquele dia, eu fiquei tão inquieta que falei: “então, vamos conversar depois sobre isso...!” Dei alguma desculpa esfarrapada para tentar mudar de assunto. Então, Ele disse: “Essa raiz de incredulidade que está no seu coração, eu já vi antes, sabia, Karina? Eu vi em Tomé. Vou te deixar pensar um pouco sobre isso.”. Perceber que realmente aquela raiz de incredulidade estava atrapalhando meu relacionamento com o Senhor doeu tanto em mim que aquele dia eu fiquei muito mal.

O Senhor já tinha me dado incontáveis motivos para acreditar em cada promessa que fez, e eu olhava todas elas e olhava para circunstâncias, eu ainda assim agia na incredulidade. Mais tarde, eu me lembro de uma semana inteira que eu estava muito revoltada com tudo que estava acontecendo comigo, estava muito revoltada mesmo como nunca estive antes e resmungava pra Ele porque tinha que passar por aquilo, tantas pessoas que não querem nada e eu que tinha que passar por aquela situação. E passou ...

Chegando no domingo, dia de culto, eu tinha esquecido que falei pra Ele, sabe? O pastor pediu para que os jovens que viessem orar por mim e eles vieram, começou orar aconteceu muitas coisas que naquela noite eu não tinha percebido porque era muitas mãos na minha perna, muitas mãos nos meus braços e muitas coisas acontecendo dentro de mim, eu precisava de um tempo para discernir essas coisas. Fui dormir!

No dia seguinte estava eu lá na cama, tentando discernir todas as coisas que tinha acontecido no dia anterior, até conseguir lembrar de algumas coisas e lembrei que um amigo que estava do meu lado tinha esticado meu braço esquerdo, que não doía enquanto ele esticava, pois tinha o meu ombro luxado. Quando lembrei desse acontecimento, comecei a tentar esticar o braço sozinha e conseguir com toda facilidade que antes não tinha!

Eu me lembro que era bem de manhã, só eu acordada, esticando, dobrando e esticando de novo, e eu falava a cada esticada de braço: “Meu Deus...” e dobrava, de novo esticava, e falava: “... Meu Senhor!”. Imagina a cena, com o cabelo todo para o alto, assustadíssima e muito feliz ao mesmo tempo, olhando para o braço que era dificílimo de esticar, agora esticando e dobrando com facilidade, uma cena bem engraçada, né? Esperei a minha mãe acordar e mostrei pra ela. E minha irmã que estava sonolenta acordou no instante que eu contava pra minha mãe, levantou pra ver, foi uma alegria pra nós!


Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!


Naquela mesma ocasião, minha mãe me lembrou do meu momento revoltada e incrédula que eu estava. Entendi naquela hora o sentimento que talvez Tomé teve quando o Senhor disse: Você creu porque me viu? (...) Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram! (v. 29) Uma vergonha que vinha com uma cura, chamada arrependimento!

Hoje eu entendo bem mais o processo que o Senhor me colocou. Não entendo completamente, mas sempre que estou numa fase que não estou entendendo nada que o Senhor está fazendo, eu coloco aos pés dEle e digo: “Pai, ainda é muito difícil para mim acreditar nisso, mas ainda assim eu confio, porque não estou me relacionando com uma pessoa que falha, mas com um Deus que fez tudo que vejo e não vejo, que cumpre com Sua Palavra!”.

Esse foi só o início do meu processo de cura que sempre começa no homem interior e depois vem para fora trazendo cura e transformação tanto no meu caráter quanto no meu físico. Há tanta coisa para ser feita aqui dentro que só vou conseguir consertar com o meu Amigo Espírito Santo.

Aprenda a confiar no Senhor, aprenda a guardar o seu coração nEle e se submeta ao processo: tudo vai fluir muito mais!

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